Vamos falar sobre Sexo?
- Aniervson Santos
- 19 de nov. de 2024
- 3 min de leitura

Olá, meu povo, tudo bem com vocês? Espero que estejam todos bem!
Neste texto iremos discutir alguns dos motivos que nos levam a ter tanto tabu quando o assunto é sexo, afinal, além de vivermos numa sociedade com um discurso extremamente conservador, ainda tem um agravante de que nossa educação limita muito a compreensão do que vem a ser, de fato, o sexo e a sexualidade.
Bem, vocês devem saber que Freud, o pai da psicanálise, apresentou uma compreensão sobre a sexualidade que foi muito a frente de seu tempo, mas também foi muito perseguida e mal interpretada na sua época. Porém, mesmo após um século dessas descobertas de Freud, pouca coisa tem mudado em relação a nossa compreensão a respeito do sexo e da sexualidade.
Freud nos aponta que a sexualidade humana não é em nada instintiva, pois diferente dos animais, nós seres humanos não funcionamos na ordem do instinto, como se houvesse um padrão a ser seguido ou um comportamento natural. Freud afirma que o ser humano, desde a infância, busca prazer e satisfação de várias formas. Mas é importante que se diga que a busca pelo prazer não se direciona apenas aos órgãos genitais e a reprodução não é seu único objetivo, como defendem algumas doutrinas religiosas.
A atividade sexual tem a ver com a educação dos sentidos e não exclusivamente com o cruzamentos dos genitais. Na psicanálise quando falamos de sexualidade, estamos falando da forma de como todos nossos sentidos foram educados para perceber a realidade. Sabe aqueles famosos 5 sentidos, tato, olfato, paladar, visão e audição? pois bem, esses sentidos são educados para perceber a realidade ao nosso redor e possui um conteúdo sexual que muitas vezes negligenciamos ou desconhecemos, justamente por nossa compreensão do sexo ser limitada ao coito. Todos esses sentidos passam por uma educação e por uma normatização social.
Quando estamos falando de nossa atividade sexual não estamos falando de instintos, mas em como aprendemos a desfrutar dos nossos sentidos, ou seja, daquilo que eu posso sentir na minha pele, aquilo que eu posso ver com meus olhos, o que eu posso degustar, etc. E como disse a psicanalista Débora Damasceno, ter a sexualidade como um tabu é ter um desconhecimento, é ser ignorante em saber que sua sexualidade tem a ver com seus sentidos e que seus sentidos são educados na medida em que você vive socialmente.
O que ela está querendo dizer, em outras palavras, é que nós, seres humanos, estamos inseridos na cultura, o que significa dizer que não funcionamos como se nossos comportamentos fossem instintivos, como nos animais, pois se assim fosse, todos nós fazíamos da mesma maneira. Débora Damasceno diz ainda que o tabu da sexualidade é um medo de olhar para os fundamentos da própria estrutura social, pois é essa estrutura, a partir da educação, da cultura que estamos inseridos, da visão de nossos pais sobre nós, por exemplo, que vai moldando nossos comportamentos sociais e sexuais.
Mas é importante também destacar que toda essa estrutura muda com o tempo. Ela se sustenta a partir do contexto social da época, do modelo socioeconômico predominante, da cultura, do que se elege como valores da época, além de outros fatores. Isso significa dizer que nossa compreensão sexual, ou melhor, nossa atividade sexual toma diferentes formas a depender do contexto social da qual estamos inseridos e é influenciado por esse modelo de sociedade da qual fazemos parte. Isso é fácil de identificar, basta você analisar como era o comportamento sexual das gerações de séculos atrás e comparar com a nossa geração.
Então, se você tem limites, receio ou vergonha de falar sobre sexo nos dias atuais, olhe ao seu redor e observe em que tipo de cultura você está inserido, reflita se sua concepção sobre a sexualidade é reduzida a compreendê-la apenas como o contato entre os genitais ou considera a forma como você percebe todos os seus sentidos?
Por hoje é só. Espero que este pequeno texto possa te ajudar a compreender que a sexualidade não se resume ao coito sexual, mas diz da nossa dimensão enquanto ser no mundo e se refere a todas as nossas experiências sensoriais e de como nos relacionamos com o outro e com o mundo.
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