Sair ou Ficar no Armário?
- Aniervson Santos
- 24 de jun. de 2024
- 4 min de leitura

Olá, meu povo, tudo bem com vocês? Chegamos na última semana do mês e com esse post finalizo a série especial do Orgulho LGBT. Inclusive próxima sexta-feira, dia 28 de junho, se celebra em vários países, incluindo aqui no Brasil, o Dia do Orgulho LGBT, uma data que se iniciou nos Estados Unidos, no ano de 1969, no Bar Stonewall, em Nova Iorque, por meio de um conflito entre os frequentadores desse bar e os policiais. Hoje em dia, essa data, procura refletir sobre os direitos da comunidade LGBT em todo o mundo.
Neste texto, pretendo dialogar com vocês a respeito da saída do armário por parte da pessoa LGBT. O que motiva essas pessoas a permanecerem ou saírem do armário? Te convido a fazer junto comigo essas reflexões. Então vamos lá?
De modo geral, a gente sempre pensa que a saída do armário é um movimento fácil e natural para as pessoas LGBTs, não é mesmo? Afinal, ser quem você é deveria ser uma premissa para todos nós, concordam? Bem, no caso da saída do armário para quem é LGBT tem lá suas questões desafiadoras.
Desafiadoras, como assim?
Vamos lá, pensa aqui comigo. Vocês devem ter conhecimento de que nossa sociedade é extremamente preconceituosa. Existem diversos tipos de preconceitos enraizados em nossa sociedade e instituições. Um desses preconceitos é justamente a LGBTfobia, ou seja, o ódio contra a população LGBT. O preconceito com essa camada da população, não fica apenas no campo das ideias ou dos discursos, ele também se materializa em violência física, inclusive na morte dessas pessoas pelo simples fato de sua sexualidade.
Sabendo disso, é muito comum que muitos LGBTs tenham medo de se assumirem como são. Com medo de serem expulsos de casa, de perderem seus empregos, de sofrerem bullying na escola, de serem abandonados pelos amigos, de serem agredidos na rua e, inclusive de perderem a vida, muitas pessoas preferem permanecer escondidos dentro do armário a ter que enfrentar tudo isso do lado de fora.
Falando desse jeito, apresentando todas essas questões que oferecem perigo, parece que o mais prudente mesmo seria permanecer dentro do armário, não é mesmo? Pois assim, a pessoa estaria mais segura e preservaria sua vida. Engano, doce engano. Não estou dizendo que sair do armário é a única saída para as pessoas LGBTs, mas gostaria de dizer que permanecer dentro dele, também não é saudável. E sabe porque?
A vida dentro do armário exige alimentar uma dupla personalidade, recusar experimentar seu próprio desejo, ter que viver se auto vigiando o tempo todo, entre outras coisas. Ter que se esconder exige tanto esforço quanto ter que se proteger. Na verdade, esse esconderijo também não deixa de ser uma proteção, concordam? O lado de fora do armário exige uma proteção diferente da que se exige dentro dele, mas ambas requerem muito esforço da pessoa.
Já ouviram aquela música que diz: "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come"? Pois é praticamente isso. Ficar dentro do armário exige um investimento de energia enorme para se parecer aquilo que não é, para manter convincente aquela persona criada, o avatar que se usa para aparecer na sociedade, pois qualquer deslize coloca todo esse disfarce abaixo. Assim como viver fora do armário também exige um investimento de energia psíquica muito grande, considerando que será necessário contrariar muitas regras impostas pela sociedade para se manter vivo.
Então, qual seria o caminho mais acertado para a pessoa LGBT, ficar dentro ou fora do armário?
Imagino que vocês esperam que eu dê essa resposta, não é mesmo? Mas esse é um tipo de resposta que não cabe a mim, mas a quem está no dilema de permanecer ou sair do armário. Essa é uma resposta individual e particular e só cabe a pessoa interessada em refletir e construir sua própria decisão. Tenho certeza que essa não é uma resposta simples de se dar, considerando essas duas nuances que apresentei rapidamente anteriormente, mas é preciso destacar que se você estiver atravessando esse dilema, você pode buscar ajuda na terapia para encontrar respostas para suas perguntas internas. A terapia poderá te ajudar a refletir sobre suas próprias demandas, além de ser uma forma de você descobrir o melhor caminho para você tomar em relação aquilo que te incomoda ou aquilo que te dá prazer.
Com isso, gostaria de te dizer que tua experiência sexual não deveria ser tua causa de sofrimento, pelo contrário, deveria ser uma experiência de prazer e satisfação. Se você está em busca de compreender sua sexualidade ou desejos sexuais, inclusive tomar a difícil decisão se sai ou não do armário, a psicanálise pode te ajudar.
Espero que este texto te ajude a compreender um dos sofrimentos da comunidade LGBT quando se trata em sair ou não do armário. Caso você esteja nessa situação, compreenda que descobrir seu próprio tempo é mais saudável que forçar algo se você ainda não está seguro o suficiente. Caso você não seja LGBT, mas convive com quem é, respeite a decisão dessa pessoa, pois não é você que passa na pele o que ela passa, então, tenha, pelo menos, respeito e empatia.
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