Quando o amor não basta: escuta, conflito e reconexão entre pais e filhos
- Aniervson Santos
- 3 de jun.
- 3 min de leitura

“Eu sei que eles me amam… mas por que parece que não me escutam?”
Essa é uma das frases que mais escutamos em consultório quando jovens falam sobre suas relações com os pais. A dor não está exatamente na ausência de amor — ela aparece quando o amor não se transforma em escuta, quando não se traduz em reconhecimento daquilo que o outro vive, sente, é.
Na psicanálise, aprendemos que a escuta é o ponto de partida para qualquer laço possível. Mas escutar não é o mesmo que ouvir passivamente ou responder com conselhos prontos. Escutar é se abrir para aquilo que o outro quer dizer — inclusive quando isso nos desconcerta, atravessa ou exige uma mudança de posição.
🧠 As barreiras nem sempre são explícitas
Muitos jovens, especialmente pessoas LGBTQIAPN+, enfrentam uma solidão muito particular dentro das próprias casas. São amados? Algumas vezes, sim. Mas são, ao mesmo tempo, silenciados, corrigidos, vigiados.
Há pais e mães que dizem “a gente só quer o seu bem”, mas esse “bem” vem condicionado a apagar aquilo que escapa da expectativa: a forma como se veste, com quem se relaciona, a identidade que reivindica.
Esse tipo de conflito gera marcas profundas. O jovem, ao perceber que não pode ser escutado como é, começa a esconder, evitar, ou até tentar se moldar para ser aceito — o que, na linguagem da psicanálise, chamamos de ato de recalcar: empurrar partes de si para um canto escondido da alma, como quem tenta se encaixar onde já não cabe.
💬 A comunicação entre gerações
Um dos pontos importantes que o meu e-book discute é o quanto pais e filhos frequentemente vivem em “línguas diferentes”. A tentativa de diálogo vira um campo de guerra. O que é importante para um, soa como exagero para o outro. O que é dor para o filho, é drama para o pai. O que é necessidade de acolhimento para o jovem, é desafio à autoridade para a mãe.
Na psicanálise, entendemos que todo sujeito fala a partir da sua história. E, por isso, também escuta a partir dela. Muitos adultos não foram ensinados a falar sobre sentimentos — e, mais ainda, não foram ensinados a ouvir sem corrigir, sem julgar, sem tentar controlar.
❤️ Começar a conversa é um ato de coragem
A proposta do meu e-book "Meus Pais Não Me Entendem" não é ensinar fórmulas mágicas. Não existe manual para relações humanas. O que existe são possibilidades de criar pontes onde hoje há muros. O material oferece pistas, perguntas, exercícios e reflexões para ajudar jovens e pais a repensarem como se comunicam.
Mais do que entender o outro, é sobre reconhecer o próprio desejo, nomear a dor e construir um espaço possível para o diálogo. Às vezes, isso começa com uma conversa difícil. Outras vezes, com o silêncio respeitoso de quem decide esperar a hora certa para falar. Mas sempre com a escuta como horizonte.
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Se esse texto tocou algo em você — se você já sentiu que a sua dor não cabia nas palavras da sua casa — talvez o meu e-book seja um bom ponto de partida.
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Aniervson Santos
Psicanalista,
Pedagogo, Educador
@opequenoanalista




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