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“Beleza Fatal” e as dores que muitos jovens vivem em silêncio

  • Foto do escritor: Aniervson Santos
    Aniervson Santos
  • 10 de abr.
  • 3 min de leitura


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A nova telenovela Beleza Fatal, lançada em 2025 pela plataforma Max, pode parecer, à primeira vista, apenas mais uma história de vingança e glamour. Mas, para quem olha com um pouco mais de atenção — e especialmente com os olhos da psicanálise —, ela revela algo muito maior: a encenação de dores emocionais que muitos jovens conhecem bem.

A beleza, aqui, é só a camada de cima. Por trás do brilho, das aparências e das cirurgias, se escondem traumas, inseguranças, idealizações e lutos mal resolvidos. Vamos conversar sobre isso?


Sofia e o trauma que se repete

Sofia é a personagem central. Quando criança, viu a mãe ser presa injustamente por culpa da própria prima, Lola. A mãe morre na cadeia, e o trauma se instala.

Na vida adulta, Sofia não consegue seguir em frente. Ela constrói sua vida inteira em torno de um objetivo: vingança.É aqui que a psicanálise nos ajuda a entender algo muito comum entre os jovens que viveram dores precoces: a compulsão à repetição.

Quando não conseguimos elaborar um trauma, podemos nos ver repetindo, inconscientemente, situações semelhantes. Às vezes para tentar "reparar". Às vezes para manter viva a dor que ainda não foi ouvida. Sofia não quer justiça — ela quer voltar no tempo e mudar o que aconteceu. Mas como o passado não muda, ela se afunda no desejo de destruir quem causou sua dor.


Lola e a performance da autoconfiança

Lola é o oposto de Sofia em aparência. Poderosa, ambiciosa, segura de si. Mas basta olhar um pouco mais de perto para ver o que está por trás: uma busca incessante por validação.

Ela quer ser admirada, reconhecida, amada. Quer controlar tudo — até as próprias emoções.Esse comportamento pode ser compreendido como uma defesa narcísica, comum em muitos jovens que aprenderam a se proteger do abandono ou da rejeição através da performance: sendo os melhores, os mais bonitos, os mais fortes.

Mas o que acontece quando essa armadura começa a rachar?


Gisela e o espelho que engana

Gisela representa um sintoma que tem se tornado cada vez mais comum entre adolescentes e jovens adultos: a disforia de imagem.

Ela se olha no espelho e não gosta do que vê. Vai em busca de procedimentos estéticos, tratamentos e aprovações. Mas nada parece suficiente. Essa angústia tem nome: é o confronto entre o ideal do eu (quem gostaríamos de ser) e o eu real (quem somos de fato). E essa distância, muitas vezes alimentada por redes sociais e padrões estéticos inalcançáveis, pode causar muito sofrimento.

Na clínica, é cada vez mais comum escutarmos jovens dizendo: “Se eu fosse diferente, talvez gostassem de mim.”


Por que tudo isso importa?

Porque Beleza Fatal, mesmo sendo uma novela, escancara dores reais da juventude contemporânea:

  • a busca por pertencimento

  • o medo de não ser suficiente

  • o desejo de ser visto, ouvido, amado

  • e o peso de carregar traumas sozinho

A psicanálise nos oferece ferramentas para escutar essas dores. Para compreendê-las. Para sair do modo automático e criar novas possibilidades de existir.


Se você se viu em alguma dessas histórias…

Saiba que você não está só. Você não é fraco por sentir. E não precisa viver calado para parecer forte.

Procurar ajuda, falar sobre o que sente e olhar para dentro são atos de coragem — e de liberdade.


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Às vezes, tudo começa com uma pergunta simples: “O que será que está me doendo tanto assim?”

 
 
 

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© 2025 por Aniervson Santos, Psicanalista Clínico.

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