A juventude anda postando menos nas redes sociais?
- Aniervson Santos
- 8 de ago. de 2024
- 5 min de leitura

Olá, meu povo. Como vocês estão? Espero que estejam todos bem. Hoje, gostaria de discutir com vocês a respeito de um fenômeno, digamos, um pouco surpreendente. Vou aproveitar o mês de agosto, que é considerado um mês importante para as juventudes, de forma especial, para as juventudes brasileiras, para discutirmos um pouco sobre alguns fenômenos em torno dessa parcela da população.
Todos vocês devem concordar comigo que estamos imersos numa sociedade altamente tecnológica, não é mesmo? Os avanços tecnológicos são praticamente incontroláveis. Toda as instituições, sejam elas educacionais ou religiosas, por exemplo, precisam se render aos avanços tecnológicos se quiserem, de um lado, acompanhar a evolução social e econômica que exige adaptações tecnológicas e, de outro, para fidelizar seus membros, considerando que instituições que estão mais distantes dos avanços tecnológicos tendem a envelhecerem mais rápido.
Pegando o gancho desse segundo ponto, da preocupação das instituições em não envelhecerem tão rapidamente, destacamos o alto investimento em atrair o público juvenil, responsável por manter viva a instituição por mais tempo, considerando que os jovens, do ponto de vista etário, viverão mais tempo que os membros idosos, concordam? Chamar atenção do público jovem se tornou praticamente uma obrigação das diferentes instituições com o medo de deixarem de existir com o passar do tempo.
O que isso nos leva a crer, imediatamente, é que a tecnologia chama a atenção da juventude muito mais do que chama dos adultos e idosos. Isso porque diferente dos adultos, as novas gerações já nasceram dentro de uma sociedade altamente tecnológica. O esforço que as gerações mais velhas fizeram para se inserirem numa sociedade da tecnologia, para os jovens, no entanto, não foi, e não é, esforço algum. As gerações atuais não conhecem um mundo sem tais recursos tecnológicos.
Bem, sabendo dessa informação, seria natural que os jovens fossem a parcela da população que mais postassem nas redes sociais, não é mesmo? Mas vemos que não é bem assim. Os jovens de hoje são os que menos postam nas redes sociais. E porque será que essa contradição existe?
Já adianto que essa não é uma resposta simples de ser dada, justamente por ser um fenômeno novo e que precisa ainda de mais estudos e observações, mas alguns apontamentos já podem ser feitos, considerando o comportamento desses sujeitos nas redes sociais atualmente. O comportamento dos jovens tem passado por uma notável transformação, principalmente no que diz respeito ao uso das redes sociais. Já perceberam que os jovens estão postando no feed cada vez menos e escolhendo outros meios de interação social?
Quais seriam os motivos para esse comportamento por uma parcela da população que não tem praticamente nenhuma dificuldade em manusear as ferramentas tecnológicas? O que será que impede os jovens de postarem mais conteúdos no feed? Vocês teriam algum palpite de possíveis respostas para essas perguntas?
Antes de tentar responder esses questionamentos gostaria de chamar atenção para o fato de que dizer que os jovens estão postando menos no feed não significa que eles não estão fazendo uso constante e regular das redes sociais, ok? E a partir daqui já podemos iniciar nossas análises sobre esse tema. Se a juventude anda postando menos no feed, mas continuam fazendo uso das redes sociais, quais ferramentas então esses jovens costumam fazer uso?
Vocês devem saber que a maioria das redes sociais como instagram, facebook, tiktok, entre outras, além de oferecer a possibilidade de postagem no feed, que são posts fixos e duradouros, oferecem também postagens temporárias, com duração média de 24 horas. Dessa forma, a geração jovem atual tem feito mais uso desses recursos temporários do que dos permanentes das redes sociais e isso revela uma informação importante e um tanto quanto preocupante.
Uma das principais razões para que isso esteja acontecendo é a pressão pela perfeição. Talvez as gerações mais velhas não se preocupem tanto, mas os jovens sentem que suas fotos e vídeos precisam estar impecáveis para serem postadas no feed, já que essa postagem permanecerá lá por tempo indeterminado. Enquanto isso, os stories, por exemplo, por serem temporários, oferecem uma expressão mais autêntica e com menos pressão de perfeição.
Os stories permitem que os usuários criem conteúdos que desaparecerão do perfil após 24h, o que diminui a pressão para criar conteúdos perfeitos e permanentes, o que pode incentivar uma interação mais espontânea e menos editada. Já postar no feed, em que o conteúdo é permanente, pode gerar algum grau de ansiedade sobre como as postagens serão recebidas e julgadas, ou seja, quantos likes eu terei? A preocupação com o número de curtidas e comentários pode ser um fator que produz insegurança nos jovens.
O comportamento das juventudes nos dias atuais é influenciado, de forma bem direta, por sua autoestima. Muitos evitam até colocar foto no perfil por não se sentirem suficientemente confiantes. Afinal, além de estarmos imersos na sociedade da tecnologia também estamos imersos numa sociedade da padronização dos corpos. As imagens idealizadas e editadas que dominam massivamente as redes sociais criam, de certa forma, um padrão de beleza que se torna inalcançável, o que pode levar muitos jovens a se sentirem inadequados e inferiores, afetando assim, sua autoestima.
Como disse o psicanalista Alexandre Patrício "Essa necessidade de ser visto, de receber likes para existir, ela está muito voltada a essa questão existencial e nesse adoecimento depressivo. Se eu sou tão tomado de insegurança e preciso tanto da validação do outro para eu poder ser alguém e, ao mesmo tempo, eu sou tomado por essa angústia de não ter esse reconhecimento, como que eu lido na minha vida cotidiana sem esse olhar?"
Para resumir, como explicou a instituição Casa do Saber, podemos dizer que a presença dos jovens nas redes sociais reflete uma busca por autenticidade, segurança e controle sobre sua presença no universo virtual. As juventudes contemporâneas têm encontrado novas maneiras de se conectar e se expressar, que se alinham com a dinâmica entre a evolução das plataformas digitais e a pressão social sofrida por elas.
Então é isso, gente. Espero que este pequeno texto possa te ajudar a refletir um pouco a respeito desse fenômeno um tanto controverso da presença online dessa parcela da população mundial que já nasceu imersa na sociedade tecnológica.
Vale chamar atenção que se você for jovem ou for pai, mãe ou responsável por um jovem que sofre tais pressões sociais e tem sua autoestima abalada, saiba que você pode contar com a terapia psicanalítica para encontrar um caminho possível e saudável para o fortalecimento de sua autoestima e autoaceitação e, dessa forma, melhorar sua experiência não apenas no universo virtual, mas em todos os âmbitos de sua vida.
Se precisar de ajuda terapêutica pode contar comigo, estou aqui para te ajudar, ou caso conheça quem precisa desse apoio, já sabe o que fazer né? E não esquece, encaminha esse texto para teus amigos e amigas e não deixa de seguir minhas redes sociais.
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